Levando em consideração que as próteses sobre implantes melhoram significativamente a mastigação, a fonética e a estática, afetando diretamente a saúde bucal e a qualidade de vida dos pacientes, quanto mais idade o paciente tiver, mais importante se faz a permanência dos tratamentos reabilitadores a longo prazo. (Reissmann, Dard, Lamprecht, Struppek e Heydecke, 2017).
Em uma revisão sistemática recente de estudos prospectivos sobre tratamento de implantes em pacientes idosos (ou seja, pacientes com idade ≥ 65 anos no momento da instalação), as taxas de sobrevivência dos implantes foram de 98% e 91% após 1 e 10 anos, respectivamente (Srinivasan, Meyer, Mombelli & Müller, 2017).
Além disso, outra revisão sistemática relatou que as taxas de perda de implantes de pacientes mais velhos (ou seja, ≥ 60 anos) não diferenciam significativamente daquelas de pacientes mais jovens (ou seja, ≤54 anos) (Sendyk et al., 2017).
Nesse contexto, vários fatores associados ao envelhecimento podem comprometer a osseointegração do implante; por exemplo, pacientes idosos em comparação com pacientes mais jovens apresentam taxas mais altas de doenças sistêmicas (por exemplo, diabetes) e mais frequentemente usam medicação (por exemplo, bifosfonatos, radioterapia etc) que interferem na cicatrização de feridas em geral e na cicatrização óssea em particular (Bartold, Ivanovski e Darby, 2016).
Outros fatores que podem influenciar na longevidade dos implantes seriam os hábitos de vida, dentre eles a má higienização; a cárie só acomete dentes naturais, mas o mesmo não ocorre com a placa bacteriana, que também se forma sobre o implante dentário, podendo levar a doenças como a peri-implantite, que afeta justamente os tecidos gengivais e ósseos que dão sustentação ao implante. O tabagismo pode provocar perdas ósseas devido a alterações vasculares, afetando também o mecanismo de defesa da região. Na prática, isso significa que o suporte da dentição se torna muito frágil em fumantes, facilitando a perda de dentes naturais e também de implantes dentários. O consumo excessivo de álcool pode levar a alterações metabólicas importantes capazes de facilitar o desenvolvimento de peri-implantites pela deficiência de higienizarão e baixa resposta imunológica.
Apesar do envelhecimento em si influenciar negativamente em vários estágios do processo de integração do implante em termos de cicatrização, por apresentar um estágio inflamatório inicial da cicatrização mais prolongado, uma fase proliferativa da cicatrização retardada, reduzida quantidade de fatores de crescimento, entre outros fatores, (Bartold et al., 2016) o envelhecimento em si não compromete a osseointegraçao com o passar do tempo, sendo as taxas de sucesso semelhantes as encontradas em pacientes jovens.
REFERÊNCIAS:
Bartold, P. M., Ivanovski, S., & Darby, I. (2016). Implants for the aged patient: Biological, clinical and sociological considerations. Periodontology 2000, 72, 120–134.
Sendyk, D. I., Rovai, E. S., Pannuti, C. M., Deboni, M. C., Sendyk, W. R., & Wennerberg, A. (2017). Dental implant loss in older versus younger patients: A systematic review and meta‐ analysis of prospec‐ tive studies. Journal of Oral Rehabilitation, 44, 229–236.
Reissmann, D. R., Dard, M., Lamprecht, R., Struppek, J., & Heydecke, G. (2017). Oral health‐ related quality of life in subjects with implant‐ supported prostheses: A systematic review. Journal of Dentistry, 65, 22–40.
Srinivasan, M., Meyer, S., Mombelli, A., & Müller, F. (2017). Dental im‐ plants in the elderly population: A systematic review and meta‐ analysis. Clinical Oral Implants Research, 28, 920–930.